Hoje acordei meio estranha, uma sensação de tristeza tomou conta do meu ser, mas o que fazer?
Como tirar isso de mim sem que ninguém perceba?
Levantar da cama é algo difícil, mas é obrigatório, é levantando que trago o sustento da minha família. Mas e o sentimento de não querer que o mundo me veja, a sensação é horrível, uma briga interna que eu sempre perco pra mim mesma.
Respiro fundo, olho ao redor, nada me faz querer estar onde estou, de ir para onde vou, e o sentimento de insignificância assume o lugar da tristeza, por que estou aqui? Se eu for, será que farei falta? O que falta pra eu sofrer antes de ir? Perguntas e mais perguntas, o que fazer com elas sem a resposta?
Saio para o trabalho, forçada, desanimada, distante com os pensamentos. Tem que sair, é obrigação, nascemos pra isso. Nascemos mesmo? Por que eu tenho que me matar de trabalhar?
O vazio toma conta de mim e a insignificância já me faz falta... Meu sofá... Queria estar nele agora, um ambiente seguro, estável, amável. Mas por que estou aqui mesmo? Aé, obrigação... Que inferno!
A revolta aparece como uma velha amiga, e eu só consigo pensar que ela é quase toda dona do meu ser, já se passou boa parte do dia e sinto ela me invadindo cada vez mais. Peraí, me contaram uma piada, parece boa, meu eu quer rir, rio muito e esqueço por um minuto que sou eu num misto de sentimentos perdida na vida.
Volto para casa, de onde eu nunca devia ter saído, a sensação agora é boa, de que mais um dia acabou, de que estou em casa, de onde eu nunca deveria ter saído.