Crônica de Caldo de Quenga

Quando somos crianças temos o privilégio de termos sempre algum adulto se importando com a gente, é aquele amar incondicional, o medo de nos ver sofrer, seja por um ralado no joelho ou qualquer outra coisa.

O coração se enche de carinho e amor, se sente aquecido e confortável a ponto de achar que todo o mau não pode nos ferir, é um sentimento magnífico.

Os anos vão passando e muita coisa na vida muda. Às vezes me pego pensando em como é engraçado e triste a vida ao mesmo tempo.  Porque a vida de algumas pessoas são tão cruéis e de outras tão fáceis. No sentido de estar bem e de conseguir se manter bem.

Refiro-me as pessoas que por motivos aleatórios se encontra com necessidades ou passando fome mesmo, a sociedade anda hipócrita mesmo, fingindo que isso não existe, que pessoas escolhem estar nessa situação ou pior, escolhem não ter o que comer.

Fico imaginando que quando se passa fome ou vontade de alguma coisa, quando se tem o que comer, é uma sensação única, como se sentir amado e não esquecido nos faz adormecer em paz .

Como um caldo de quenga que desce esquentando nosso estômago e tudo por dentro, sentir-se lembrado pela sociedade deve aquecer o coração de cada pessoa que um dia se tornou “invisível”.